Abraçando a vida!: junho 2011

Hoje resolvi abrir meu coração. Nada de especial me aconteceu. Apenas me espantei, simplesmente me espantei com a complexidade que é estar viva.Como tenho vocação para guardar tudo, tipo: ingresso de cinema, de teatro, de show, passagens de viagens, a etiqueta do primeiro bouquet de flores que recebi do Edu (essa ainda guardei, não tive coragem de me desfazer) e por aí vai, uma coisinha vira um monte, quase uma mala, que complicação na minha cabeça... ai Jesus!!!

Bem,todos já perceberam que estou de mudança, não de vida, de residência, somente. Vou continuar a mesma pessoa de sempre. Vão comigo todos os meus pertences, significa que irei com meus" móveis e utensílios", meus sonhos, muitas expectativas e esperanças no amanhã, tudo isso, certamente , farão parte de minha bagagem.

E por falar em "bagagem", estou na luta, como já escrevi, tentando condensá-la ao máximo. Atualmente, me encontro na fase de: garimpar, selecionar e doar. E nessa triagem, muitas coisas dançaram solenemente, sem dó nem piedade, fechei os olhos, foi preciso, mas mesmo assim, muitas ficaram e ficarão para sempre comigo. Como no baú da vovó, histórias do meu tempo de estudante do primário, eu tenho alguns "mimos", muitos especiais: cartinhas da Nena, do Marquinho, da Liginha, alfinetes de fraldas, fronha e chupeta do Marquinho, meu vestido de noiva, minha grinalda, fotos, cartas, e cartões de datas especiais enviadas com o maior amor pelo Edu, o quadro da minha afilhada Marina, e por aí vai... haja baú... mas, confesso, não tenho coragem, fico enfraquecida diante de tantas provas de amor, concordam comigo?

Penso, valem uma fortuna, desculpem a comparação, foi mal, nem a moeda mais valorizada do mundo se equipara ao valor afetivo desses objetos cheios de histórias lindas. Realmente elas não têm preço, pelo menos para mim, jamais os bens materiais serão comparados aos afetivos, não me separarei deles, NUNCA, NUNQUINHA!!!

Penso que sou que nem o caracol, trago comigo uma casa imaginária cheia de boas lembranças que carinhosamente a vida colocou nas minhas costas para me acompanhar. Sequer sinto peso, porque o AMOR não pesa, faz parte, anda simples e levemente comigo.

Na realidade, sou uma pessoa composta de fortes sentimentos, emoções, de fé, alguns poucos bens materiais e muita coragem para lutar pelo que quero conquistar. Esses elementos se tornam um todo, se encaixam, me complementam e me transformam numa mulher apaixonada, romântica e deslumbrada com a vida. E nesse conjunto, juntei tudo, criei histórias, valores, referências e muito amor.

E lá vou eu para mais uma mudança e junto, um caminhão cheio de afeto, de minhas referências, de minhas doces lembranças... vou que nem a vovó que tinha um baú...

Segue para ilustração, sem ordem afetiva, algumas fotos das coisas que já foram garimpadas... é verdade que não citei todas, mesmo porque ainda faltam mil gavetas para serem mexidas, mas, o que registrei, vale para se ter idéia do que uma mudança provoca dentro do nosso emocional. Revivemos várias passagens de nossas vidas, relembramos fatos, sentimos saudades, nos emocionamos enfim... somos também reviradas, e dentro de nós, o que fica é a sensação que o tempo correu, a vida se movimentou, o passado se transformou, mas nada teve realmente um fim, porque na essência, somos o resultado do que fomos e do que somos e o que almejamos alcançar. Nossas referências serão sempre nossas companheiras de mudanças de casas e de vidas.