Temos nossos momentos, aqueles
que nos sentimos super alegres, animadérrimas, descoladas, cordias, simpáticas, resolvidas, práticas espertas e muito mais. Percebi, inclusive, nessa reflexão, um outro lado meu, bem particular, que vou confessar agora: adoro quando me vejo "insensata", prestem atenção, a insensatez, prá mim, funciona como um relaxante muscular na alma, alivia tudinho... Santo remédio, supera qualquer dorflex, podem crer no que estou aqui revelando baixinho , claro, baixinho para não se espalhar por aí, ok? Vez por outra, um desatino cai muito bem. Afinal, de que me serviria colecionar títulos e medalhas de mulher perfeita, farei o que com isso? Na verdade nem ao menos me trará uma felicidade à altura do preço que pagarei para ser perfeita aos olhos e julgamentos dos outros. Quero mesmo é ser correta e justa na medida certa, exageros não servem de parâmetros para nenhuma avaliação. Portanto, vez por outra me permito uma boa uma insensatez, e saibam, me sinto muito bem. Vou nas nuvens e depois, volto ainda melhor, ulalá.
De contra-partida, o meu outro lado, me deixa muitas vezes mais tristinha, pensativa, preocupada, séria, introspectiva, querendo colocar em ordem os meus armários e minhas gavetas, me vejo pensando também em melhorar minha alimentação, cuidar mais de mim, na possibilidade de mudar como ser humano, de ser mais pontual, em praticar yoga , ler mais livros , tentar me atualizar , entrar mais no mundo novo, no mundo das mulheres modernas, bem assim, isso, radicalizar mesmo. Em certos momentos ,sinto que preciso e gostaria de algumas reformas práticas. Na verdade, nem me dei conta ainda que já estamos no século XXI, não notei nada de diferente no meu caminhar, é preocupante, claro, preciso estar no tempo certo, as coisas mudaram ( mudaram?) e eu ainda não senti nenhuma transformação dentro de mim.Isso me causa certa estranheza.
percebo porém, que tem um novo modelo de algumas mulheres mais moderninhas por aí que não me cabe: rir alto,( ser escandalosa), falar cuspindo, andar com salto 15 com calça coladinha, e por aí vai...Definitivamente isso não combina com meu padrão de comportamento, essa mulher, nunca serei, com certeza.Nao faz minha cabeça. Aí nem me imagino, rejeito, me recuso. Esse modernismo não quero .
Mas reconheço que tenho mil facetas, e dependendo do meu estado de espírito posso mudar meu jeito de encarar a vida, mas, nada tão diferente do que acontece por aí, com a maioria das pessoas. Todos nós oscilamos em alguns momentos. Coisas naturais do ser humano, de acordo com o estado de espírito , a nossa cabeça pode dar uma virada, para melhorar ou piorar, e aí que mora o perigo. Precisamos ficar atentas.
Na verdade, a minha preocupação é buscar meu bem estar, não me violentar, respeitar meus limites, Busco selecionar as minhas amizades, ópto pelos programas que me identifico, sei dizer "não" quando não me sinto confortável, não tenho receio de parecer "careta" porque não faço ou não gosto de um monte de coisas que os outros gostam, faço minhas escolhas, busco minha identidade, mas contudo, sei respeitar , acolher e admirar a maneira de ser de cada um. Isso é muito importante, penso que todos devem ter a liberdade de escolha e fazer dentro do possível, somente o que
mais gosta. A vida é curta demais e deve ser bem aproveitada.
Para concluir, entendo que não sou um modelo único e perfeito, sofro mutações,
vario de humor, passo por crises, me construo a todo instante, tenho tido, felizmente, possibilidades, chances, oportunidades e vontades para me conduzir. Arrisco, enfrento e crio minha história.
Pretendo chegar ao topo da montanha pelo meu próprio mérito, ser respeitada , espero me sentir sempre orgulhosa de minha vida e dar orgulho aos que me acompanham nessa viagem. Acredito que estou fazendo valer, que a soma dos meus " eus"estão alcaçando um belo resultado final. Tudo está valendo, assim espero. Tenho me esforçado para ser uma pessoa do bem.
Como cantou Caetano:
" CADA UM SABE A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É"
Dóra Helena
Rio, 20/03/2015
Dóra Helena