quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Vai 2016, vai

     Chegando ao fim o ano de 2016. Não foi um dos melhores. Passei por alguns momentos muito delicados. Estou saíndo dele muito dolorida. Entre outros enfrentamentos, perdi uma das minhas comadres. Criatura boa, sempre muito presente em minha vida em todos os momentos. A ficha custa para cair, não me recomponho fácil nessa questão. O fato de não falar, ver quem a gente gosta prá mim é muito complicado. Durante toda a minha vida perdi poucas pessoas especiais, talvez por isso, tenho toda essa dificuldade.

     A gente quanto mais o tempo
passa, mais sensível  vai ficando, pelo menos comigo estou percebendo que estou muito mais emotiva, tudo me machuca, até aprendi engolir mais sapos e passar por cima do que não considero relevante. Deixo inclusive, passar batido o que antes me fazia espernear. O mundo vai nos moldando.Sinal que mudamos não só externamente,  nos cabelos  mais brancos, e nas ruguinhas, essas ingratas reveladoras.  Vamos nos modificando  com o tempo. Agora sou mais reflexiva,  não acomodada, apenas menos impulsiva. Estou na fase que a opinião alheia e os julgamentos não interferem  mais na maneira que escolhi levar minha vida.

     Aconteceram  algumas coisas neste 2016, que me fizeram mudar . Agora quando  me fazem algo que não aprovo, simplesmente , analiso, procuro entender e depois deleto a 
questão em pauta, ou a pessoa, se perceber que não merece  mais a minha consideração. Saio à francesa, sem perder a pose. Tô cansada de querer consertar o mundo ou me relacionar com quem não tem nada haver comigo.Tenho notado que as pessoas ultimamente  querem falar e fazer o que bem entendem sem se preocuparem  em respeitar nossos sentimentos. Não são merecedoras da minha amizade.DELETO, pronto!

     Fiz terapia durante dois anos, me dei alta, não foi na hora certa, mas foi necessário abrir mão. O tratamento  me ajudou muito a me descobrir, nesse período aprendi a me cuidar mais. Ainda preciso
do apoio profissional,  qualquer hora eu volto. Quando as vacas engordarem , um dia quem sabe, a vida tem dessas coisas. Esse foi
o ano de aprender  a viver com pouco dinheiro .

     Eu não faço mais planejamento para o Ano Novo , não fico elaborando mais nada, afinal não temos este poder , o domínio das coisas na verdade não estão em nossas mãos. Isso é outra  coisa que aprendi com a maturidade.A gente pode  e deve ter desejos, lutar por eles, mas  sempre com os pés no chão. Porque de repente surge uma nuvem, muda o tempo e vai tudo para o escambau.E esse ano foi assim: "E o vento levou" arrasou com tudo. Pois o dinheiro é a mola que nos move, sem ele, vivemos, ou melhor sobrevivemos a duras penas.

     Eu peço muito  a Deus, que não me falte o essencial, já é lucro nesse mundo onde quase ninguém tem tudo e a maioria está indo ladeira abaixo, sem eira nem beira. Não existe justiça social, não há respeito com quem trabalha ou trabalhou mais de 40 anos, meu caso.

     Mas,voltando ao assunto do
 novo ano que vai entrar, espero que seja mais camarada comigo, ando assustada, o que estará reservado para mim? Só sei que o que tiver que ser será, preciso me armar de coragem e pensar positivamente. 
     

     Eu sempre penso  que esta história de "Adeus ano Velho" é apenas uma linha imaginária,  assim como a mudança de século, dos meses das semanas, e até dos dias. Tudo separado de forma muito tênue . A gente dorme no ano Velho e acorda no ano Novo. Bem assim. Até parece que podemos  zerar tudo e começar de novo. Nada disso. A vida continua do mesmo jeito.  As mudanças não se dão por conta do tempo e sim vão acontecendo de acordo com  a maré. Nem
tudo depende do nosso empenho, nem tudo está em nossas mãos. Nesse caso, a  nossa "Aceitação "  é super importante. Um instrumento que temos  sempre que nos valer é  sem dúvida, a  nossas " SABEDORIA", com ela  podemos  encontrar   as melhores saídas para cada necessidade surgida. 

     Vamos aguardar 2017 com cabeça erguida, com o olhar para frente,  e o pensamento  que vamos dar
 conta de tudo que nos couber, tudo que pintar. Porque a travessia  não é feita o tempo todo num mar calmo, surgem as núvens pesadas, o vento, algumas tempestades e   muitas correntezas, com certeza   resistiremos e sobriveremos. 🙏

     " Apesar de você ( 2016) amanhã será outro dia" , outros tempos, tenho fé. Vou  lhe aguardar  2017, na certeza que  Deus não nos abandona nunca e você virá sorrindo.

   Vai, vai ano Velho, quero você bem longe, preciso te deixar para trás. Amanhã será outro dia e em breve outro ano. Vai 2016, vai...

     Um feliz Natal amigos, obrigada por frequentarem meu Blog. Vcs são
Muito carinhosos comigo e isso me enche de alegria e muito amor por cada um de vcs que são meus fiéis seguidores. Isso é o que me recompõe. Beijos em todos e todo meu carinho. Até💜💙❤️
   


Rio, 22 de dezembro de 2016
Dóra Helena


     





sexta-feira, 25 de março de 2016

As Meninas

     
   Falar das meninas prá mim é muito fácil, sempre que dá ficamos juntas. Cresceram me vendo por perto.   Elas desde novinhas, curtiram brincar comigo. Houve a fase. que eu era a filha, afilhada e até  paciente. Em cada personagem  eu tinha  muitas atividades e papéis para desempenhar.


     Como filha, era obrigada a comer tudo para poder passear no Shopping, tinha também que me comportar bem, ser obediente  e tratar bem as pessoas. E por fim, alcançar bons resultados no boletim. Êta lelê!!!!
Muitas vezes fiquei de "castigo" e levei algumas broncas, isso acontecia,  quando fazia malcriação  ou cometia desobediência. Cabe uma ressalva, o lado compensador dessas brincadeiras é que também recebia muitos carinhos, abraços e beijos(essa sem duvidas era a melhor parte). 🙏.


           Nas consultas  da pediatra, ia muito arrumadinha, chegando lá, a  famosa "doutora Eliane", me aplicava vacina,  examinava a garganta, olhava a temperatura, falava sobre o meu peso, crescimento , alimentação e etc...(era a rotina delas  sendo aplicada em mim). Vida de criança também é dureza, haha.


        Na hora de ser afilhada, era algo bem mais light, ouvia histórias, ia ao cinema, lanchava e ganhava presentes. Viva  todas as madrinhas!!!!! Ser afilhada na prática é mesmo maravilhoso. 
 
           🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀

        Agora  mudou tudo, não brincamos  de mais nada disso, Malu com 9 anos, quase 10 e Duda 6 anos, o rumo das brincadeiras tomaram outras dimensões, tchau para tudo isso, agora está arquivado no passado, o mundo delas mudou muito nos últimos tempos, o que é natural,   a bola da vez, é nos transformarmos   em personagens dos filmes que assistimos juntas. Malu sempre é a primeira a escolher, é a mais " bonitona", depois  a Duda e as duas escolhem quem eu vou ser. Não discuto, acato as sugestões.Sou sempre a de óculos( se tiver) ou a que se encaixar melhor no meu perfil , (na visão delas, claro).


        E assim vamos caminhando lado a lado,eu continuo   experimentando todas as suas deliciosas fases.  
Como desde pequena eu gostei do "faz  de conta", das fantasias, aceito participar das brincadeiras e levo tudo  com muita naturalidade. Para elas nunca estarei cansada. Saio do meu território e piso no delas, que é muito mais divertido.A inocência e pureza das pequenas  torna a  minha vida  mais leve, mais doce.



           Ficar juntinho das meninas para mim é  uma delícia! Nossos  encontros são cheios de ternura e muitos risos. Espero  poder compartilhar com elas tudo que me for permitido. Tomara que ainda possa curtir muitos e  muitos momentos.  Quero vê-las crescerem e se tornarem as pessoas que eu imagino, lindas e prontas para a vida. Acredito e ponho fé, porque estão sendo bem encaminhadas pelos pais.


             Quando  forem adultas,  tenho certeza  que se lembrarão   da "vozinha" que brincava, assistia filmes, espetáculos de ballet, que fazia farra na piscina e que prestava muita atenção nas suas histórias longas,   sempre interrompidas com muitos risos. Nessa fase,  para a criança ,  tudo tem graça, colorido e faz sentido.


       Quando vou buscá-las na saída  da escola o caminho  de volta é super alegre. Dispensam táxi e adoram a nossa paradinha na padaria. rola aquele lanchinho e muita bagunça .A diversão  entre nós três é sempre  garantida.


                 Espero  que todos os momentos  já vividos, e  os que estamos passando juntas sejam iguais aos que  ainda passaremos  futuramente, e que  eles sejam  coroados de muita comunhão e entendimentos, se Deus quiser.  Tenho certeza que os laços que nos unem serão eternos. 


          São nas histórias do cotidiano que se escondem  os grandes e verdadeiros toques de amor.Datas especiais  são significativas, mas o que pesa é a convivência do dia-a-dia, onde não existe a obrigatoriedade de se buscar a felicidade, mas  mesmo assim, ela se faz  muito presente.  O bom é se sentir feliz pelo simples fato de estamos juntas.  Nossa relação independe de datas. Para nós, todos  os dias são igualmente muito significativos. 



                Dou a elas toda atenção  possível, e faço  isso com o maior prazer. Considero importante  a minha participação nas suas  brincadeiras. É a oportunidade que tenho de passar  algumas coisas boas , inclusive sobre sentimentos ,valores e afetos. Pelo menos eu tento deixar sempre que tenho oportunidade, o melhor de mim, o que aprendi na vida.
 O amor que sinto é imenso e a minha vontade de vê-las bem, maior ainda. 


                No meu entendimento, penso que somos o resultado de tudo que  aprendemos lá atrás. A base é tudo. Portanto,   temos o dever de cuidar bem agora para que  no futuro elas sintam-se capacitadas para enfrentarem os desafios do mundo adulto. Essa tarefa  tem sido muito bem alinhavada pelas orintações de seus pais, eu sou apenas um adendo nessa história. Meu compromisso é  dar todo o meu AMOR. E o cumpro à risco. 💕

  
                  Em síntese,  o que mais   desejo para  "as meninas" , é que  elas descubram a melhor maneira de passarem pela vida com sabedoria, coragem, fé em Deus e nas pessoas. O mundo sempre será bom para quem escolhe o caminho da verdade, amor e justiça. A felicidade é  simplesmente a soma das nossas escolhas.Eu acredito nisso.

       Não tenho riquezas materiais, mas a 
 minha herança será a disponibilidade do tempo que eu tenho dedicado a elas. A felicidade  e a alegria que reina entre nós é   resultado  desse  meu grande investimento. 
     🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀


            💕        "... Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro.
     Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um de nós"..💕
                                                                 (Carlos Drummond de Andrade). 
      
      As meninas são meus amores mais que perfeitos e a energia  à nossa volta é boa  porque onde reside o amor reina a paz, a alegria e a felicidade. A luz que emana  entre nós, vibra para nos unir cada vez mais. Deus nos fez assim, eu O agradeço  e agradecerei todos os dias de minha vida. 

     🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀🎀

Dóra Helena
30 de março de 2016










    

sexta-feira, 18 de março de 2016

Minhas histórias verdes&Amarelas

        

             Não sou uma profunda conhecedora da história política do
meu País,  mas cresci ouvindo  e passando 
por acontecimentos que de certa  forma ficaram guardados dentro de mim. Vou  tentar colocar  aqui algumas  dessas passagens. A gente vai registrando pela vida até o que não gosta , a memória insiste em conservá-las. Talvez tenham valia, quem sabe....talvez deixem  ensinamentos.



                 Na minha infância, os adultos  não se preocupavam em explicar  nada  sobre política as crianças. O nosso conhecimento era através dos livros sobre a História do Brasil, que estudávamos na escola. Esse era o modelo da  época. Comigo foi desse jeito. Falo por mim.



     Quando era menina ouvia falar muito sobre Lacerda. Meu conhecimento da existência dele se deu, simplesmente porque era  vizinho de minha madrinha na Rua Toneleiros ,  em Copacabana.  Como passava as noites datilografando, o barulho incomodava toda a vizinhança, ninguém conseguia dormir. Escutei até uns papos  pelos corredores e,portaria, que  algumas pessoas jogavam batatas na janela de seu apartamento. No entanto o barulho  da máquina de escrever nunca cessou, ele não dormia à noite, Trabalhava ... Ouvi também por alto a história sobre o "atentado". Mas, na época não tive nenhum interesse em me aprofundar nesse assunto.


 
          Recordo que  chegou  a ser governador   do Rio de Janeiro.Minha mãe dizia que graças à ele, nunca mais sofremos com  a falta de água  na cidade. Coisa que ela continua o agradecendo até hoje.Esse foi pelas circunståncias, o primeiro político que mais ouvi falar.  Nessa época, esses assuntos  não tinham  a menor relevância em minha vida.Gostava mesmo era de brincar


     Quanto ao suicídio do Presidente Getulio Vargas,  me lembro  vagamente.  Na época, não me  Interessava decididamente por esses assuntos. O que tenho  guardado na memória, foi a nossa vizinha aos prantos entrando em nossa casa e abraçando minha mãe, só entendia que  ela chorando repetia inúmeras vezes: " Getulio morreu" Ela tinha uma profunda admiração por ele.



    Certa  vez, eu e minha  irmã, fomos com ela numa festa de aniversário de criança na Urca. Estávamos  encantadas. Nos jardins tinha carrocinhas de algodão doce, de sorvete Kibon e pipoca. Um sonho para nós duas.  E a  maior novidade,  é que na hora dos parabéns, o bolo seria de sorvete, e nós e a torcida infantil do Flamengo só no aguardo. ! Estávamos na maior expectava. Que festa incrível!! Sem contar que tinha palhaços, mágico e  muitas outras  atrações para a criançada.Porém, D. Janoca,  a tal vizinha, de repente entrou numa  calorosa discursão  sobre política, observei 
que ela foi ficando irritadíssima , falando e gesticulando até chegar aos berros. Um escândalo daqueles, ela "fechou o tempo". Percebi  logo que " ia dar ruim prá nós"( eu e minha irmã ) e pelo que me lembro, tudo por causa do Getulio, seu queridinho. E deu  ruim mesmo . Resumindo:  saímos da festa com o rabo entre as pernas e no  maior pesar , nem provamos o tal bolo  de sorvete. Eu em especial, não consegui  disfarçar a frustação. Que homem tão poderoso  é esse que  conseguiu cortar  meu barato numa festa tão maravilhosa ? Poxa Getúloo.,, voltei para casa indignada. Que hora  mais infeliz para Janoca arrumar tal "banzé". Ninguém merece...


     Hoje, eu entendo quando se fala da maldade de tirar bala da boca de criança, haha, muito complicado mesmo.Foi exatamente o que senti. Expulsa do baile. Quando vi  já estávamos no taxi de volta, ela chorava num canto e eu emburrada no outro. O motivo da  decepção  era bem diferente para cada uma, no entanto,  os dois deveriam ter o mesmo peso, respeitando suas devidas proporções. Agora quando vejo as pessoas muito inflamadas, se danando  e não respeitando    o posicionamento do outro, me lembro da Janoca. Fanatismo leva a loucura.Perde-se amigos, se faz inimigos. 


     Mais crescida, vivenciei  outro episódio marcante no cenário político: a renúncia do Janio Quadros, eu  inclusive, usava uma vassourinha na blusa, achava -a tão" bonitinha". Tinha nessa época, uma professora de matemática, que era famosa por ser "durona",o terror da escola. Num belo dia, nos surpreendemos com ela na sala de aula aos prantos, nem conseguiu  dar a aula, só balbuciava: "Janio renunciou". E eu pensava, tenho então que tirar a vassourinha dourada da minha blusa. Imediatamente me veio à cabeça: que coisa!!!!! Nada  dá  certo nesse Pais. Haha..nem de longe imaginava que  eu ainda vivenciaria outras histórias  muito
mais surpreendentes  no terreno político.E como...

     Depois,  passei pela era : Juscelino, Janio, João Goulart,  regime militar, Tancredo, Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. 
 

     Recordo-me de uma outra vizinha, ((sempre elas), entrando em nossa casa e falando com mamãe do golpe militar. Eu não
não era mais criança, nessa época, já tinha dimensão da gravidade da situação.Dessa vez, senti que isso significava um grande retrocesso  para nós brasileiros. Fiquei muito preocupada com os desdobramentos desse terrível acontecimento. Foram anos difíceis. Muito sofrimento.  Nossa liberdade de expressão foi para o brejo.  Muita violência , maldades e mortes. Mamãe ia para o super-mercado e falava, falava, falava, eu ficava beliscando o braço dela, tinha medo que a levassem presa .  Ela  sabia dos riscos, mas não se intimidava nem se rendia. Até hoje mantém suas idéias e dá suas peruadas. Acho que seria uma boa representante no governo, pelo menos é uma mulher peituda. 


   
     Muitas águas rolaram por debaixo da ponte.  Hoje eu vejo um Brasil  de ponta cabeça. Lava-jato, mensalão,  grampos, etc, um jogo perigoso. Muita coisa envolvida,  muitos interesses, a vaidade às vezes passa  por cima do pode e até por cima da dignidade do povo. Sei que muitas coisas ainda estão  por vir,  quem sabe até impeachment e  tudo mais. Assisto tudo isso com os olhos bem abertos, com o coração de quem quer  somente a verdade.  Porque Isso  tudo não é uma simples disputa de um campeonato. É o nosso destino. É o destino de uma Nação.


       
          
Trago dentro de mim a esperanças, torço para um desfecho  em que nós cidadãos não sejamos punidos , que  prevaleça o bom senso e que os homens de bem interfiram para uma mudança de cenário que não nos massacrem nem oprimam.

  Quero um País livre e soberano. Tendo a raíz na Democracia, espero que possamos  continuar elegendo nossos governantes .  Somos todos  brasileiros e como tal, merecemos uma vida com segurança , dignidade e muito respeito. Nós merecemos sim!!!!!!

         Precisamos agora de  muita  cautela. A crise favorece muitas aberturas por canais bem duvidosos , não podemos ir afoitos na busca da solução,  porque existem manobras    que  podem atingir a democracia e perdemos o nosso direito de lutar pelo que realmente queremos para nós.

  
        
             Saibam que    Estou atenta, acompanhando  tudo que está acontecendo ,  apenas, evito usar  o face como instrumento de protesto. Nada contra, é apenas o caminho que eu escolhi seguir. Gosto de respeitar quem não comunga de minhas ideologias. Mas, fiquem tranquilos também não critico nem discuto aqueles que se
manifestam escancaradamente suas opiniões pela internet. Respeito muito as idéias de cada um, combinado? 
   



     Dóra Helena🇧🇷🇧🇷
Rio, 20 de março de 2016
  
     
 


      

     



    

     


     

terça-feira, 8 de março de 2016

Despertando para a vida



     Hoje acordei às 5 da matina, às 6:30 já estava toda serelepe. Fui caminhar na Urca, bairro que tenho uma verdadeira paixão.



     Passei pela casa do Rei Roberto
Carlos, confesso que dei uma espiadinha, afinal a esperança é a última que morre, mas não colou, o Rei devia estar dormindo, Rei que se preza não acorda cedo, naturalmente...



     Continuei na minha caminhada, saboreando as delicias dessa majestosa manhã. Admirei as lindas casas e o cheiro das flores vindos dos seus   jardins,  o encanto do mar, o canto dos pássaros e o vôo  elegante da garça sapeca e de olhar desconfiado.Tudo perfeito para uma manhã que  para mim, começou muito bem.



     Apertei mais e mais o passo como se tivesse que dar conta de tudo ao meu redor, não queria perder nada que estava ali ao meu inteiro  dispor. A natureza exerce em mim um poder transformador, sinto -me envolvida numa paz profunda e em um estado de grande contentamento. O céu lindo parecia que  estava me esperando. 
Senti   dentro de um enorme bem -estar.Gosto das manhãs, meu melhor horário do dia.


      
Aproveitei aquele momento, aquele  doce intervalo, onde o  tempo era todinho meu   para traçar   metas  para o meu futuro. Cheguei  até   a me prometer   algumas  promessas de reformas  pessoais e internas. Quando estamos sós, nossos pensamentos  voam .  Continuei a caminhada seguindo   o rítmo de meus passos, juro que me senti  completa.
  


     Entre outras tantas coisas, pensei comigo: não quero parar no tempo, tenho pressa, quero aproveitar cada momento de prazer, realizar  mil projetos que venham de encontro às minhas aspirações.Meu tempo e meu futuro é agora,  tudo que puder fazer de bom tem que ser já, nada de deixar para depois. Não sou mais nenhuma garotinha.



       Quero investir nos meus sonhos, procurar fazer o bem para o próximo e pricipalmente para mim mesma , porque  não? Quando não estamos felizes não somos capazes de passar felicidade. Bóra atrás do que nos faz bem, eu tenho muito  orgulho da maneira que escolhi para viver.  Aprendi com os tropeços e  com os êxitos a seguir em frente, não sou mulher de desistir  de  nada no meio do caminho, a coragem e a força de vontade sempre estiveram presentes em minha vida.



     E assim terminei  o  meu percurso.  ". Acabou o que era doce"Os compromissos do dia me aguardam . Mas, amanhã prometo repetir tudo isso  que tanto me gratifica. Quando caminhamos , curtimos  a natureza e dedicamos esse espaço  só para nós,  isso é coisa rara hoje em dia.   Delicia!



     Gosto  das manhãs, gosto de sentir  o 
dia amanhecer, sinto que  tudo fica mais  leve,  é a hora certa  para pensarmos na vida de forma mais  positiva. Decididamente sou do dia, da luz. A natureza me dá uma sensação de conforto, me faz feliz, plena.



     Voltei revigorada e disposta a encarar o que pintar. Agora, abastecida com a boa energia da caminhada, nada consiguirá mudar meu eixo, esse exercício deixa a nossa alma  mais elegante, eu a sinto, acreditem!!!!



     Desejo um bom dia para todos, e se resolverem, caminhem, caminhem e caminhem. Depois me contem, combinado?
Essa receita não falha, os resultados são muito eficazes.. 



     Não sou a dona da verdade, mas se não fosse bom, o calçadão não ficaria cheio de pessoas com ar de felicidade cruzando nosso caminho. Dá para se perceber o entusiasmo estampado em cada rosto. É a alegria de sentir que se está  " Despertando para a Vida"! Ulalá!!!


       Bye....

    

Dóra Helena
Rio, 7 de março de 2016




sábado, 5 de março de 2016

Amizade

     

       Não adianta argumentar a distância, para nós isso nunca foi um fator relevante, sempre demos o  nosso  jeito para transpor  as possíveis barreiras. Antigamente, o
único recurso era o Correio, cartas prá lá, cartas prá cá e levava pelo menos uma semana para a notícia chegar no seu
destino. Sim, era esse o nosso meio de comunicação, a carta simples, indo  e vindo via terrestre, numa época que não podíamos contar com interurbanos,  nem tínhamos telefone em casa, quando muito, enviávamos telegramas, com as palavras contadas, sem ponto ou vírgula, para ficar mais em conta.Tínhamos nossos códigos, uma entendia a outra, não precisávamos de muitas palavras, exceto nas intermináveis cartas, verdadeiras obras literárias. Uma vida inteira  contada via  correspondência. 
     
     Tudo isso era muito bom. Adorava chegar da escola e pegar aquele envelope pesado, tudo registrado no papel.A gente lia e parecia que estávamos juntas. Ali dentro
cabia a nossa vida inteira, muitas histórias engraçadas, outras dramáticas,
 porque na  nossa adolescência tudo foi
vivido com muita efervecência.A vida era intensa, cheia de emoções. gostávamos de viver. Fazíamos acontecer, hahaha.... até parece, hoje vejo como éramos inocentes comparando com os dias de hoje. Éramos duas  adolescentes cheias de ideais
para o nosso futuro.sonhávamos em conquistar o mundo. E até conquistamos muito, respeitando as devidas proporções e dimensões dos nossos propósitos.

     E assim o tempo foi se revelando para nós, aprendemos muito juntas, trocamos experiências, realizamos alguns dos nossos sonhos, porque  afinal, eram muitos, não iam caber mesmo numa só existência, vamos ter que voltar para alcançar alguns que a vida ficou nos devendo. A gente queria abraçar o mundo, nossa criatividade era fecunda. A juventude parecia ser eterna, tínhamos o tempo ao nosso dispor.

     Hoje, já maduras o suficiente,  entendemos que  nessa vida nem tudo é possível, mas eu creio que aquelas duas meninas ainda moram dentro de nós,  percebo que temos sonhos em construções, graças à Deus.Nuca deixamos  e nem deixaremos nada por conta do acaso, estamos sempre "esperneando", travando  grandes lutas para alcançarmos o que desejamos. 

     Na nossa bagagem nunca depositamos o medo, a fraqueza nem o desamor. Pelo contrário,  até hoje, acreditamos e apostamos  nos nossos projetos " até nos quase impossíveis". Somos veteranas de guerra, sobrevivemos, viemos de uma outra época, mas acompanhamos a evolução,  nos atualizamos todos os dias, a reciclagem se faz necessária no mundo contemporâneo.Parar no tempo, jamais!


     Agora trocamos as cartas pela comunicação via internet ou simplesmente pelo celular e, quando a saudade aperta não precisamos mais de uma semana de espera, basta  discarmos o número do tefone ou enviar uma mensagem. Coisa boa esse modernismo. Para nós foi a salvação da lavoura. Entramos em contato uma com a outra a hora que quisermos . Temos o mundo ao nosso dispor. Graças aos avanços tecnológicos, tudo mudou. Tchau Correios.

         A nossa amizade foi construida tijolinho por tijolinho, com muito respeito, honestidade, simplicidade, afeto, e admiração. Por isso se mantém . Jamais  se 
modificou  nem tampouco se banalizou. Ela tem raízes fortes,  podemos também compará-la com o rio,  que corre cumprindo seu papel,  seguindo seu curso sem destruir o bem maior, a natureza. Nós seguimos  o
nosso , a vida  infelizmente, não nos deu o privilégio da presença física, mas criou afluentes, nos pertencemos, nos valemos em todos os momentos.  Estamos juntas. Isso é o que conta.  🙏

       Obrigada Dorinha, somos peças valiosas não de museus, mas de sentimentos, valores e permanência. A minha alegria é imensa em ter você como uma grande e especial
Amiga de sempre. Minha comadre querida.
 
Rio, 4 de março de 2016

Dóra Helena




     


domingo, 17 de janeiro de 2016

Interferências

       


      Algumas vezes certas  interferências podem causar algum embaraço. Depende muito da ocasião e da predisposição de quem as recebem. Mesmo que elas surjam com o objetivo  de clarificar e minimizar alguma situação, podem causar algum constrangimento ao outro. 

     Há de se cuidar das palavras, há que se cuidar da sensibilidade  da pessoa . Certas situações  são muito delicadas , e exige cautela para se lidar  com elas. 
     
     É necessário se ater ao momento certo para a intervenção, perceber quando  quando a situação deixou o outro muito vulnerável , ai a coisa fica mais séria, exige  mais delicadeza de nossa parte, necessita de toda a nossa atenção e sutileza, é a hora que temos que ter muito cuidado, colocarmos o pé no freio e ir com  muita calma. Se o outro já está castigado, prá que mexer na sua dor? O certo é esperar um pouco, emprestar o ouvido, o ombro e dar um tempo para a cicatrização, que  sabemos vem de dentro.

     Somos todos nesse quesito muito  afoitos,  imediatistas, queremos fazer o bem, temos pressa de aliviar a carga pesada que está  nas costas de quem queremos bem, é bem assim,mas  precisamos entender que até uma plantinha seca, precisa ser regada aos poucos,  com cuidado, caso contrário, morrerá  afogada. Acontece na natureza e também com o gênero humano,  inclusive, nós, considerados seres evoluidos,  estamos sujeitos a morrer afogados numa super dose de intervenção. Dá um nó na caixola e baú-baú, vai rapidinho para o espaço ou para o "Pinel".
     

     Portanto,  ter cautela com quem amamos é necessário,  o sofrimento da criatura não está na  mesma proporção do seu olhar, da sua maneira racional de analisar friamente algo que não está afetando seus sentimentos. 

        Ninguém tem como avaliar o que está dentro do outro, vê  o problema com os olhos da razão, bem mais simples , nem de longe vai enxergar o estrago que a situação em pauta pode estar causando no outro.  Não imagina que tudo que é tão óbvio para você pode ser  muito grave para o outro.

        Já imaginou o que uma ferida pulsando no peito, queimando, dilacerando de forma avassaladora pode causar dentro de uma pessoa?  Por isso,  "muito Cuidado quando for tocar nas feridas alheias"'. Jamais menospreze a angústia e o sofrimento de alguém, tente respeitar a  sua dor, mesmo que  ela lhe pareça insignificante, desnessária  e absurda.

     Não somos feitos de uma mesma forma, existem diferenças, principalmente na área dos afetos. Cada um tem  suas porções para lidar com seus sentimentos, a sua capacidade de resistência, a maneira de 
suportar suas dores, de esquecer mágoas, o passado, superar  e levantar de suas quedas e  das armadilhas da vida. São coisas que devem ser administradas com  o tempo
e com muito zêlo.



      O respeito é uma  excelente forma de ajudar. ouvir nem se fala. Ouça e  depois seja  muito cauteloso nas interferências. É importante esperarmos o momento que o outro nos pergunte: : " o que acha que posso fazer por mim"? "O que faria no meu lugar"? Essa hora vai pintar, se a pessoa confia na sua capacidade de ajudá-la.Espere, é difícil eu sei, porque  quando gostamos muito temos pressa em socorrer  e tirar o amigo do sufoco, temos urgência, faz parte da solidariedade, da amizade, temos vontade de arrancar o sofrimento  do amigo de estalo, de qualquer forma. Quando se gosta, sofremos junto, essa é  uma  das  grandes provas de amizade, de parceria, de cumplicidade, só que não é o caminho correto à luz da razão. Mas, amigo não têm essa de saber esperar, quer tudo rápidamente solucionado. E ele sempre tem a melhor solução para o problema. 

     Misturar sentimento com razão é uma missão quase impossível.  O bom Amigo  não consegue só ouvir e não interferir,  se esperar, não é amigo do peito, isso é papel para o TERAPÊUTA. A gente mistura tudo, erra querendo acertar, se envolve, dá palpite, quebra o pau e no final, chora junto, abraça e , quer saber? A verdade é que as tais " interferências"  estão no  nosso sangue latino. É assim  que rola um sincero e belo sentimento à nossa moda.

     E viva nós, viva as amizades , as interferências e que elas nuncam nos faltem. E vamos nessa!!!!


Dóra Helena Carqueijeira
Rio, 19/01/2016