Porém, para mim, basta ler uma simples frase ou um pequeno trecho ou um pedacinho do filme ou peça que me dou conta de quanto foi importante , recordo imediatamente. Assim também acontece com coisas escritas por mim mesmo que há alguns tempos atrás. Minha memória não é das melhores, confesso, mas quando preciso dela, comparece....
Mas, no fundo, tudo que um dia escrevemos é porque na época, de alguma forma, retratava o no nosso interior, e de repente, quando nos esbarramos com textos mais antigos, a nossa memória logo acende a luzinha. Sempre reconheceremos nosso o jeito , a maneira particular de sentir e de escrever, até mesmo depois de já terem se passado muito tempo. Nós nos reconhecemos, nos identificamos, sabemos como nos envolvemos no processo de criar. É mais ou menos como se deparar com nossas fotos antigas e amareladas pelo tempo. Nos reconhecemos de qualquer forma. Jamais terei dúvidas , me vejo imediatamente , quando bato olhos numa foto e pinta aquela magricelinha de franja e permanente , já sei, sou eu mesma: - "aquela menina que já gostava de escrever tudo que lhe vinha na cabeça" . A gente sempre se reconhecerá. Por isso, que nosso passado é tão importante, ele é um vasto material para nós e para os analistas. Somos a soma de todas as nossas travessias.
Cada um tem seu próprio estilo. Sua forma única de fazer seus registros. Mesmo quando crescemos e passamos a enxergar a vida de outra forma, ainda assim, essência permanece.
É verdade que coisas novas vão surgindo ao longo de nossa existência, a gente naturalmente também muda o nosso foco, o nosso olhar para nós mesmas e para o mundo.A vida evolui e nós temos que acompanhá-lá, evidentemente.
Tudo na vida, acontece, em uma velocidade incrível. A gente gira junto com o mundo. O novo chega e vão nos envolvendo e nos levando para novos caminhos. " O TEMPO NÃO PÁRA"... E temos que seguir no seu rítmo quase que
alucinadamente. Se não for assim, não
cresceremos e, desatualizadas viramos simplesmente uma peça de museu.
Com o passar dos anos, novos pensamento e conceitos foram acrescidos na minha conduta pessoal e intelectual. Em parte pela evolução do mundo, dos novos conhecimentos e também pelas minhas
novas experiências de vida. Felizmente o ser humano se adapta rapidamente ao progresso e as novidades que cada dia vão surgindo.
Com a maturidade, também aprendi novas formas para melhorar minha vida, Inclusive, meu instrumento de criação foi se enriquecendo. cada vez foi ficando mais perto da minha realidade, cada vez mais adaptado a maneira de como devo enxergar o mundo e as pessoas. Na verdade, com o tempo tudo vai mudando dentro da gente.
Gosto quando tenho a disponibilidade para rever meus textos antigos, tenho pouco material, na verdade não guardo tudo, jogo muita coisa fora. Mas, o pouco que tenho me serve como parâmetro para avaliar minhas mudanças, e não parece, mas eu mudei bastante.( para melhor, será? -não sei...) Percebo que hoje penso mais antes de falar, meço minhas palavras, sou mais tolerante e procuro corrigir os meus próprios erros mas, não sei se sou mais feliz por tudo isso, as vezes invejo os desvairados. Kkkk juízo e
bom senso às vezes só atrapalha, (SQN).
Tenho exercitado a minha tolerância, buscado ser uma pessoa melhor. Sei que não sou como o outro me vê. Sei que alguns me vêem com os olhos do amor coisa boa isso). Mas, o importante mesmo é o que queremos para nós mesmas. O que queremos fazer com nossa vida. O que esperamos dela e como nos vemos diante das variadas circunstâncias.
Por isso, para mim escrever é a maneira que escolhi para conversar comigo, para tomar coragem e escolher caminhos. Tenho gostado disso. Sempre, desde menina optei pelas letras, me fazem bem, umas coisas eu conservei comigo de minha infância com bastante carinho, (a mania de escrever pintou cedo), outras não, deixei para trás, e assim vou vivendo, tocando o bonde, como diz minha mãe.
Esse texto abaixo eu nem me lembrava mais dele, achei-o por acaso e me surpreendi. Tem coisas ali
que na verdade naquela época teve muito haver com o momento que estava vivendo.
Rendeu muito na minha cabeça reler o que havia escrito há tanto tempo e que nem me lembrava mais. A culpa do "Recordando " é toda desse pequeno texto feito tão informalmente.
Rio, 18 de julho de 2015
Dóra Helena
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